INCOERÊNCIAS
Sou forte e sou fraca,
Sou bela e sou feia,
Sou noite e sou dia.
Sou tempestade,
Mas também acalanto.
Sou riso e sou pranto.
Mulher e menina
Tudo me fascina,
Sou santa e devassa,
que até acha graça
da própria desgraça.
Agitada e calma,
promovo arruaça,
rodo a baiana.
No mesmo momento,
ajeito a desordem,
faço até faxina.
No dia seguinte,
acordo preguiçosa.
Deito numa rede,
pernas para cima,
nada me anima.
Sou frio e calor,
alegria e pranto,
sou preta e sou branca
razão e coração,
e por ser assim
tão incoerente,
ninguem pode dizer
que não sou diferente.