QUANDO BEM QUER

Ocupo o espaço,
Do papel esbranquiçado,
Controversos traços,
Tremulo os dedos,
No enredo,
Me embaraço,
Estranhamente, me sinto cansado,
Da poesia, não me faço,
De vez em quando, acontece,
As palavras ficam obscuras,
Se perdem no pensamento,
Ou nas curvas do vento,
E é inútil a procura,
Inútil qualquer prece.

A poesia vem, quando bem quer,
É misteriosa como alma de mulher.