Rigidez
Assim,
Do tipo que nem vê artifícios nos fogos,
Tampouco, acha sentido em certos jogos,
Antes, deleita-se na entrega espontânea;
Numa madura busca pelo sabor de sal;
Esse arranjo humano pra deleite animal,
que dá azo ao frêmito da casca cutânea...
Assim,
Sem pejo de marcas ou, orgulho de troféu,
Indo na corda bamba, entre o inferno e o céu
Nada de oculto, nem por isso, exibido gratuito;
Numa espera que armazena a devida réplica,
Que nem se surpreenderá se houver tréplica,
Pois, o discurso do prazer pode ser infinito...
Assim,
De uma rigidez temperada pelo desengano,
Das vezes em que faltaram a manga e o pano,
Sem, por isso, deixar de lado a devida doçura;
Não sei se cansado, ou, desalentado lutador,
Que de tanto armar arapucas inúteis ao amor,
entrega-se pra ser caça; que ele saia à procura...
Assim,
Como os torrões que se pegam no vasto estio,
Ou plantas que dormitam no império do frio,
Dado que, reclusão passageira, circunstancial;
Assim, como esperando no filme novo papel,
E posto não acreditar mais no tal, Papai Noel,
Ainda devaneando em saborear um feliz Natal...