A (Des)Graça da Morte

*Para quem não curte a morte, aprenda, a vida começa com a morte, ou pelo menos, sua expectativa é o destinatário final.*

É

Meu recurso

Meu discurso

Um soccorso

Que vem do dorso.

Tanto silêncio, tanto

Não é ausência ou quebranto

Não é desencanto

Refaço o recanto

Meu prumo perdido

Um design contido

Em cores construídas

De tempos redefinidos

O que sou senão feitos?

Mas de tantos desajeitos

Hoje sou e não me rejeito

Alguém cujos efeitos

São estranhos

Deploráveis e tacanhos

Mas feitos das entranhas

Imploráveis artimanhas

O que realmente sou

Para onde daqui eu vou

É parte de onde estou

Um som que nunca ressoou

Mas provavelmente

Não foi feito da mente

Nem será intermitente

Nem será inconsciente

Mas com certeza

Será feito de mim também.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 02/12/2015
Código do texto: T5468304
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