A (Des)Graça da Morte
*Para quem não curte a morte, aprenda, a vida começa com a morte, ou pelo menos, sua expectativa é o destinatário final.*
É
Meu recurso
Meu discurso
Um soccorso
Que vem do dorso.
Tanto silêncio, tanto
Não é ausência ou quebranto
Não é desencanto
Refaço o recanto
Meu prumo perdido
Um design contido
Em cores construídas
De tempos redefinidos
O que sou senão feitos?
Mas de tantos desajeitos
Hoje sou e não me rejeito
Alguém cujos efeitos
São estranhos
Deploráveis e tacanhos
Mas feitos das entranhas
Imploráveis artimanhas
O que realmente sou
Para onde daqui eu vou
É parte de onde estou
Um som que nunca ressoou
Mas provavelmente
Não foi feito da mente
Nem será intermitente
Nem será inconsciente
Mas com certeza
Será feito de mim também.