Desvanescer da aungústia

Visto-me, lisonjeado

Oculto, longe do brilho da aurora

Com o manto do sangue dos deuses de outrora

Esperando, silencioso, o julgamento final

Sentirão o peso do meu coração mortal

Não encontrarei respostas ao meu perdão

Vendo o meu pranto, os deuses não sucumbirão

Encontro-me agora no vazio do escuro

Enfraquecido pelos sonhos, iludido pelo futuro

Meus ouvidos ecoam os gritos em minha mente

O medo me envolve subitamente

Que os anjos me levem desse lugar, mas

Não creio que aqui eles possam entrar

Quando olho para os lados vejo apenas o breu infinito

Urro ao tocar o chão nesse mundo maldito

Está coberto por sangue escarlate

Rogo a ti, se quer me matar, então me mate

Ergo-me no ar com o vulto encapuzado

Mostra a sua face o momento inesperado

Olho seu rosto, é bela como a noite

Que ironia! O carrasco exala um perfume doce

Simples humano, com a coletora de almas

O vulto que ceifará minha vida em águas calmas

Usa agora sua arma, instrumento de trabalho

B M Gray
Enviado por B M Gray em 02/12/2015
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