Sou
Fundida em barro, sou de carne
Nas veias, água, sangue e poesia
Não sou da Terra, nem de Marte
Nem de Vênus, sou noite, sou dia
Sou tempestade, calmaria, poesia
E que me envolve na tarde, karma
Fado, ou, sei lá, como se chamaria
Verte às vezes, bebo, e com calma
E com alma, me entrego, sem medo
Se fujo, entenda, em versos me deito
E hoje acordaram sentidos, sem sol
No sal, sem lágrimas, poema versou
E o que sou, restou em notas assim
Pedaços meus, caquinhos sem fim
Colo aqui, e colo ali, carência passa
Passo, passos curtos, e sem graça...