Doses poéticas
Se perguntares, se vou bem, vou por aí, vai por aí também,
Dois ébrios errantes, de versos revestidos, sem nenhum pudor;
Te sigo, no silêncio que admira, me segue, no que constrange,
Na verdade, não era isso que queria dizer, rimava com flor...
Se era de amor, minha alma se calou, prendeu nas linhas,
Palavras sozinhas, que choraram pela falta sua, tão minha;
Como o pássaro, que à noitinha se aninha, para descansar,
Feito poeta que na hora vaga, vaga entre versos e faz voar...
Essa alma indiscreta, mas que lê, que vê, e até fica quieta...
Só para não incomodar, ando sonolenta, lenta em meu pensar;
Doses poéticas não são neutras, encantam quando volta à brilhar,
Então sou lua, sou verde esmeralda, e sou, sem ser, o teu versar.