Malabaristas da vida
Porta, e retrato dos antepassados
Gerações em sorrisos estampados
Carvalho, calvário dos acorrentados
Estações de trem, tempo e passado
Olhares esperançosos e até perdidos
Pedidos desfeitos em velas amarelas
Um santo no altar, flores nas janelas
Cúmulos nimbos, brancos encardidos
Lavados em tempestades ocidentais
América de todos, sonhos, dores reais
Horizontes esquecidos, voos solitários
Peles e casacos pesados nos armários
Fragmentos de nada, na velha estrada
Pés cansados, e as mãos estendidas
Malabaristas da vida, doloridas feridas
Cicatrizes silenciosas de alma enlutada.