A perfeição do verbo
A tristeza tenta acorrentar as asas, e a ira, as quer cortar,
A mágoa é nódoa que já não há, mesmo com o vociferar;
Mas o pesar no semblante abatido, é dor tão visível,
Marca entre olheiras, olhar de tristeza, nada é previsível...
Instantes desajustados, incomodam, trazem medo, e a noite...
Vem em horas de abandono, sem lógica, trazendo açoite;
E se a métrica se perde, no verso que se desprende, deixa no ar...
Vida é feita de alegrias e dores, mas perfeito seria, só o verbo amar.
De que adianta asas soltas, palavras tantas e a alma presa?
Trama que cansa, desassossega o coração, explode a represa,
Leva tantos irmãos, fere a terra, fere o verde, mata água e pão;
Não há peixe, não há nada, olhares tristes diante da desilusão.