P L A N O S . . .

Um senhor, que conversava sempre comigo,

Admirava minha juventude,

Também minha ingenuidade !

Sempre ouvinte atencioso, enquanto fumava seu cachimbo.

Um dia, perguntou-me quais eram meus planos.

Rapidamente, respondi ao Sr. Manoel,

Enumerei-os todos... E eram muitos !

Finalmente, alguém queria saber de meus planos...

Escutava calado minha planificação...

Antes mesmo que terminasse, olhou para mim e riu...

Riu gostoso, como não ria há muito tempo...

Intrigado, quis saber onde estava a graça.

Calmamente, encostando seu cachimbo,

Disse-me que não realizaria nem metade deles...

Estupefado, pelo seu pessimismo, exigi explicações.

Explicou-me que deveria, para isso, viver vários séculos...

Como meu ídolo admirado duvidava de mim ? !

Claro que eu conseguiria realizá-los...

Explicou-me que a vida é mais curta do que parece,

E, pelos seus cálculos, eu não duraria tanto tempo...

Não acreditei nele, claro...

Hoje vejo que tinha razão...

Foi o maior choque que a vida me deu...

Nunca esquecerei a sabedoria do Sr. Manoel...

Não faça muitos planos,

Não haverá tempo para realizar todos eles ! . . .

Ofircopa