CORRIDAS DA VIDA
CORRIDAS DA VIDA
O tempo é uma importante dimensão
Que é sempre usado em todo Universo
Marcar e medindo tudo com precisão
Quer esteja solidário ou ande disperso.
Quer usando tabelas de referência
Em qualquer paralelo ou latitude
Deve usar-se a calma e paciência
Pois na ciência, precisão é virtude.
O tempo com vagar, acaba por passar,
Sem correr e andando bem silencioso.
Numa ligeireza que até parece voar
Invejando o acelerado e o preguiçoso.
A vida do “homem” é corrida de fundo
No apressado, corre-corre, sem parar.
Desde que nasceu à luz deste mundo
Até ao dia que nos levem, a enterrar.
Assim a todos acontecerá certamente
Aos que nasceram sem nunca suspeitar
Que a vida pode extinguir-se de repente
Ou que no "tempo" se venha a prolongar.
Em “bebés” dormimos e choramos,
Para que a mamã, nos dê de mamar.
Em “menino” corremos e pulamos,
Pelas casas ou jardins, para brincar.
Para a escola corremos apressados
Com livros corremos para estudar
Corremos no quartel como soldados
Onde vivemos e corremos para formar.
O tempo passou e deixa-se a guerra
Queremos a tal namorada encontrar.
Corremos todos bailaricos da terra,
Procurando amar a garota pra casar.
Correm todos os preparos na igreja
Para com a noiva podermos casar.
Por fim chega o dia que se almeja
E lá vão a correr os noivos pró altar.
A correr, vão os dois bem felizes
Sentindo o prazer e o bem-estar.
Logo aparecem os lindos petizes
Que à noite não param de chorar.
Dias e noites a ter de os acalmar
Ouvir seu choro com preocupação
Que nos impede de descansar,
Adormece-los e fazer o biberão.
Os dias e anos passam a correr.
Eles crescem e começam a andar
Na brincadeira os podemos ver,
Não querem dormir nem sossegar.
O tempo passa, em louca corrida
Gastos da casa não é coisa pouca
Quando há prestações em divida e
Falta pagar médico, calçado e roupa.
Após tanto ter de correr e cansaço.
Numa fatídica manhã ao levantar,
Correu-lhe um frio pelo espinhaço,
Que o faz cair na cama, já sem ar.
Um alvoroçado pranto não tarda
E a cruel desgraça deixa adivinhar.
Voando vem o seu anjo da guarda
Que em veloz corrida o leva pelo ar.
É a sua última corrida para o céu
Onde batem à porta para entrar.
Acode S. Pedro que sem escarcéu
Informa e com amor o vem abraçar.
Vai já para aquela nuvem a correr,
Pois é ali que agora passas a ficar.
Porque já muito sofrestes a correr,
Agora também poderás descansar.
Faro, 16 Novembro 2015
gmarques