Asas de Poesia
Mero ser em busca de abrigo,
fiz-me de vento ao céu daquele destino.
Com o olhar envolto de vontade e esperança,
lancei os meus passos a buscar pelos meus tinos.
Desatinos de menino que me tomavam a alma
junto daquela amiga e tão preservada calma.
Já não mais me feriam tais cruéis espinhos
de que a ponta do portal do mundo me sangrasse,
assim, como um enigma tão árduo e intransponível
e. tampouco, a lúdica astúcia de me fazer invisível
para, enfim, ver-me fugindo em asas de alegria,
qual atroz albatroz por sobre as águas dos rios que,
de mares e de males, fizera-se em voos de poesia.
Niniz Voaglin