Maria, cadê João?

Campos de flores e um pacote de bolacha,

Não posso voltar, caminho sem migalhas;

Nem que tente, refaça, não mais se acha,

Pois o resto das abandonadas e puídas tralhas...

Tinham tantas marcas, fosse minha, fosse sua,

Seria indiferente, sem identificáveis ranhuras;

Ferrugem corroendo o ferro, só cal na parede nua,

Mato cobrindo a grama, e a cerca sem pintura...

Tudo abandonado, só tristeza no fim daquela rua,

Justo lá, onde juramos, o nosso lindo amor cuidar;

Das lembranças tão vivas, dois seres e a doce lua,

Que desceu do céu, para os cabelos também pratear...

Campos de flores e um pacote de bolacha, poderia,

Ser Maria, beijando João, mas hoje é da tal solidão;

Que se reveste o dia, chove chuva no triste portão,

Rangendo vai lembrando de quem um dia partiria.