Olores uivantes

Olores uivantes

Então uma força invisível desceu e emergiu

O mar se abriu em duas partes azuis

Ninguém atravessou para a outra margem

O desejo se instalou pedinte, urgente e eternizado

Não houve prazer, não ocorreu o escoamento

Permanece o olor do fato que não foi consumado

Rasga os véus do templo a fúria do querer insaciado

O punhal rasgou e a alma escapuliu pelos ares

Permaneceu um vazio repleto de dores incuráveis

Aconteceu o sempre, o eterno se enraizou e domou

O sujeito, sem predicados, baila agora no etéreo

Não há perguntas a serem feitas e nem respostas

Há uma aceitação tão passiva que é inacreditável

Não está no altar daquele espírito vivo o ser amado

O amor chora a ausência do ser que agora é centelha

O amor se multiplica sem cessar e toma conta de tudo

A profecia não foi cumprida; ela jamais foi profetizada

Perdeu-se no tempo dos milênios um fim inesperado

O que resta é escasso, é necessário que faça tudo que possa

Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 08/11/2015
Código do texto: T5441436
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