A máscara e a foice

Hoje vejo o valor do justo, do certo

Há quem alarde sobre o temor da verdade

Gandaio que espalha enganações

Veneno suave e leve, sidra doce.

Embebeda-os de contentamento

Por saberdes certos de si mesmo

Corrompidos pela facilidade do encargo

Gozo fútil em esconderdes teu rosto

Sobre a túnica da mentira.

És cênico e tão vil

Como todos os outros que aqui pisam

No mundo do preço “justo” pelas vozes caladas

Inamissível falsidade em cada olhar

Em cada palavra, em cada gesto.

Seu corpo em moldes, vitrines ilustradas

Impecável gramática, modéstia dissimulada

Olhos cegos á realidade tão amarga

Passos largos rumo a um destino traçado

Pela conveniência de sua hereditariedade.

Não conhecem o júbilo do controverter

Ás núpcias do verdadeiro amor

A aurora mais delicada em seu leito.

A verdade amarga aos olhos dos sórdidos

Em sua integridade e respeito

Imposto pelo impostos de sua alma

Na lama em que entregas tua dignidade

Do fogo que incrimina sua soberba

Garante tua riqueza

Rega tua vida de hipocrisias

Para que colhas mais tarde e enfim

A solidão que padece a insônia do justo.

Isis
Enviado por Isis em 25/06/2007
Código do texto: T540117