A máscara e a foice
Hoje vejo o valor do justo, do certo
Há quem alarde sobre o temor da verdade
Gandaio que espalha enganações
Veneno suave e leve, sidra doce.
Embebeda-os de contentamento
Por saberdes certos de si mesmo
Corrompidos pela facilidade do encargo
Gozo fútil em esconderdes teu rosto
Sobre a túnica da mentira.
És cênico e tão vil
Como todos os outros que aqui pisam
No mundo do preço “justo” pelas vozes caladas
Inamissível falsidade em cada olhar
Em cada palavra, em cada gesto.
Seu corpo em moldes, vitrines ilustradas
Impecável gramática, modéstia dissimulada
Olhos cegos á realidade tão amarga
Passos largos rumo a um destino traçado
Pela conveniência de sua hereditariedade.
Não conhecem o júbilo do controverter
Ás núpcias do verdadeiro amor
A aurora mais delicada em seu leito.
A verdade amarga aos olhos dos sórdidos
Em sua integridade e respeito
Imposto pelo impostos de sua alma
Na lama em que entregas tua dignidade
Do fogo que incrimina sua soberba
Garante tua riqueza
Rega tua vida de hipocrisias
Para que colhas mais tarde e enfim
A solidão que padece a insônia do justo.