NEM PÁSSARO E NEM ANJO
Ysolda Cabral
Somente porque deixa marcas,
O Tempo se acha!
Como se acha...
O Vento, que não guarda segredos,
assume o posto do maior delator,
de todos os tempos.
E não é que ele gosta!
Já a Chuva, pesada ou leve,
demorada ou breve,
sem meio termo,
logo resolve: é Vida ou Morte.
Já o Passado, o Presente e o Futuro,
subordinados, a serviço do Tempo,
sonham apagar os pesadelos,
e pegar os sonhos que fogem ligeiros.
O Vento que a tudo assiste,
sorri e se diverte armazenando dados.
Depois de bem abastecido,
sai ventando para todos os lados.
A Chuva, sentindo o calor dos ânimos,
deságua do Céu, por sobre a terra,
e por sobre os sete mares...
Sem quebrantos!
Eu, andarilha, por possuir pernas;
navegante, por saber navegar;
fico num canto e não saio, nem por decreto!
Esperando ter asas para voar...
Mas como, se não sou pássaro e nem anjo?
Não importa! Vou continuar esperando.
Quem sabe um dia eu não saia voando!...
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Praia de Candeias-PE
Devaneando
Em 01/10/2015
Ysolda
Para escutar a música de fundo, acesse:
http://www.ysoldacabral.prosaeverso.net