Chegada a hora...
Não sabia se janela
ou vitrine para os desesperados.
Movimento.
Levava-me ao sol,
um encontro desigual,
angústia e dor,
torpor e ressaca,
vontades de gírias
e lábios em fogo.
Movimento.
Tanto sol,
tanta luz,
tanto suor, meu Deus!
As mãos tremiam e hesitavam
em louvar,
os pais gemiam
e adoravam mentir,
a lua encena
um assassinato,
um sangue é
posto à mesa,
uns documentos
são postos à mesa,
uns testemunhos são válidos,
pratos, ratos
e alucinações.
Rascunhos te farão lembrar de mim.
Sorrisos pueris te farão viver por nós.
Movimento...
o sol deixava em mim as últimas
notícias sobre fusos, sob céus.
Lençóis brancos são um mau adágio,
mas deixemos de frescura,
pois nascemos para ser colhidos.
E foi chegada a hora.
Na verdade, adiantada demais.