Chegada a hora...

Não sabia se janela

ou vitrine para os desesperados.

Movimento.

Levava-me ao sol,

um encontro desigual,

angústia e dor,

torpor e ressaca,

vontades de gírias

e lábios em fogo.

Movimento.

Tanto sol,

tanta luz,

tanto suor, meu Deus!

As mãos tremiam e hesitavam

em louvar,

os pais gemiam

e adoravam mentir,

a lua encena

um assassinato,

um sangue é

posto à mesa,

uns documentos

são postos à mesa,

uns testemunhos são válidos,

pratos, ratos

e alucinações.

Rascunhos te farão lembrar de mim.

Sorrisos pueris te farão viver por nós.

Movimento...

o sol deixava em mim as últimas

notícias sobre fusos, sob céus.

Lençóis brancos são um mau adágio,

mas deixemos de frescura,

pois nascemos para ser colhidos.

E foi chegada a hora.

Na verdade, adiantada demais.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 28/09/2015
Código do texto: T5397591
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