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OCASO
 
O ocaso, não por acaso,
É um momento inevitável,
Que torna o raso, profundo,
E torna o profundo, raso.
 
O céu fica avermelhado,
As nuvens, em finas camadas,
Ganham cores encrustadas
Entre as dobras de suas rugas.
 
Quando o céu amadurece,
Cores tingem o horizonte
Com seus tons inadiáveis,
-Mas o azul, este, fenece!
 
E surge a primeira estrela,
E logo, outra, e mais outra
A brilharem sobre as telhas,
Salpicadas nas esquinas.
 
E não se vê mais o céu,
Apenas as cintilantes
Estrelas, quais diamantes
Numa caixa de veludo
Cheirando a naftalina.




"Ocaso" fará parte de meu próximo livro, que contém apenas poemas inéditos. Não sei ainda onde vou lançá-lo. falará sobre a maturidade e sobre o envelhecer.
 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 25/09/2015
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