Nuances da tarde
O horizonte se reveste de cinza, o culpado?
Ah! Não conto, nem com tortura, adivinhe...
Foi ele sim, trouxe de longe olhos molhados,
Alegrando pássaro para que melhor se aninhe.
Há uma certa apreensão, com que força virá?
Talvez lágrimas se transformem em temporal,
Venha gelada, varrendo as árvores, e as fira;
Ou chegue discreta, choro quietinho no quintal.
Mas até lá, se fará sufocante a noite solitária,
Ele já foi embora, ficou só um suspiro leve;
E a melodia dos pardais encantando a poesia,
Cantiga que traz calma, para a espera breve.
No surgir das palavras, fortes, sábias e belas,
E se houver benção, e um encontro bem-vindo;
No silêncio permitido, tingindo essas aquarelas,
De longe não verás, mas estarei aqui, sorrindo.