ELEMENTAR

ELEMENTAR

Vestida de sina

foi ao doce funeral

vestir a sina

de quem passava mal

chorou dezenas de vezes

por baixo

da saia curva de

rasgo anal

qual o nome do falecido

estranho olhar

derrotado no final

Iris perdida

olhando p’ra cima

a divertida malícia

do perverso brutal

que impuro de belo

tem adoráveis intrusos

pintando as velas

nas mãos do coitado

que esperava

alguém qualquer do lado

sono pele de cobra

só no vento respirado

trazia o doce fúnebre

de toda lebre valente

com febre

agora dormente

não pode mais fugir

vim lamentar tua morte

trouxe toda sorte

que vingava

numa garrafa alcoólica

sobre minha pobre

estúpida bucólica

carne sobre o leito

que efeito luminoso

sua pele em osso

padecia de homem

o grande romance

das catacumbas faraônicas

balançam esses demônios

chorando ferômonios

de enxofre

feito gazelas

na bela paisagem

gozando a liberdade

de presas fáceis

eu me deixei arranhar

por seu costume de mito

o primeiro grito

foi o segundo tiro

minha pele arrancada

era tão fina

veja as ranhuras

das diabruras de macho

veja as rugas do

primeiro passo...

“eu ainda não tive filhos

quem dera os trilhos

passassem lá em casa”!