DRIDRENTORÁ

DRIDRENTORÁ

Dridrentorá honrava o seu paradeiro

de “cura das vespas”

que abusam do canteiro

o dia inteiro contava histórias

sobre como comia o mel azedo

e o vespeiro

continuava vivendo

em roda

em volta

lá na volta do galho

mais alto que era

na infância seu galho

de arteiro arqueiro

das fábulas proliferas

da mente

que agora doente

ainda tem cura

sobre a vulva de uma

mulher fantasma

que asma de tosse

cospe o sangue

do verdadeiro

perto da saída

Dridretonrá honrava

seu paradeiro

o curandeiro dos amigos

bonecos de soldados

calos nas pálpebras

estante de livros

feridas não cicatrizam

quando agoniza

o corpo sem alma

outros amigos

esperavam ele lá fora

Dridrentonrá venha vamos

Ao monte de lama brincar

Venha vamos

A noite está chegando

Sair sorrindo

no deserto de chamas nos olhos

Que de certo mesmo

De certo queriam

Tanto fogo na alma

Tanta lama na estrada

Caule tronco ressecado

Poeira nos olhos

Vida embrutecida

Miras o redor de passos

Tolos

Ninguém o conhecia

O todo não percebe

O que bebe todo dia

Frases cravadas

Faces gravadas

Do que deva ser

Sentado na frente dos passos

Passam por cima

Quem é mesmo aquele

Um dia mesmo

Parece ontem

Eu vi um aceno

Alguém indo embora

Parece com ele mesmo

O medo distrai o velho

Do próximo enredo

Foi neste passado

Na casa ao lado

Onde posta desejado

Temos nosso vespeiro...