AOS SENHORES DO GRANDE EXÍLIO

AOS SENHORES DO GRANDE EXÍLIO

Pratos no resto

envergado do belo

intestino dourado

que rouba aplausos

no vaso que recebe fluidos

perfumados

agoniza os olhos curiosos

de quem passa

e apenas olha

molha insensatez blindada

de puro

de um suor sagrado

de quem o fruto carnoso

deliciado na janta

nada contém

de tão importante

quanto o transeunte

em volto na manta

que suja paisagem tão bela

aquarelas de luzes

sobre carros polidos

levam os micróbios

vermes mórbidos

do pouco deixado

aos muitos esquecidos

que o horizonte refresca

na estúpida festa

da partilha de juros

que imposta envolve

que depois devolve

a pouca “comida” que sobra

na louça nobre

que deserta na tarde

engole um cobre

e tem sabor de lata

mata a sede do andarilho

de pernas finas

e seu filho

cuspindo alegria

na fantasia

dos balões entre as mãos

que ar flutua aparente

na aparência que flutua

em minha visão

desprende-se das pequenas

mãos...

...quero ser teu filho

deixe-me ir aos céus!