Entenda o Meu Estranho Jeito de Ser
Sei que sou estranha, não nego, embora admitir estranheza seja um grande sinal de normalidade.
Nunca tentei ser de outra forma, da maneira esperada e aceitável.
Tenho mãos frias e um coração quente, achei que pudesse sentir.
Num mundo tão carente, alguém como eu, acaba destoando.
Não faço declarações de amor, mas conheço toda a força desse sentimento.
Não sou de demonstrar afeto, o que não quer dizer que não o sinta.
Não espero nada além do que realmente me cabe.
Não me decepciono com os outros, apenas comigo, e com frequência.
E não quero servir de exemplo.
Não sou perfeita!
Nem gostaria de ser.
Prefiro ter a possibilidade de errar.
Prefiro guardar comigo as mazelas que tanto me incomodam.
Prefiro que ninguém me conheça a fundo.
Se pudesse, colocaria um aviso.
Seria mais ou menos assim: “Cuidado, não se aproxime!
O perigo, nem eu sei.
E por isso mesmo fico distante.
É mais seguro.
Entenda apenas que distância é diferente de ausência.
Entenda que vivemos o amor de formas distintas, mas o pensamos igual.
Ou não entenda.
Seria pedir demais que fizesse algo que nem eu consigo.