Revela-te
Quando a alma se mostra em teus versos,
Quando os lábios omitem e o poema fala;
E palavras ofertam meios, inteiros, terços,
Na matemática dessa língua que não cala...
Grita os impropérios, quase ternos na sala,
Arredando os móveis nesse espaço pequeno;
E roupas se esparramam na casa, e na mala,
Na urgência de atos, tempestuosos e serenos...
Quando na distância sofrida se torna presente,
Sem laço, sem nó, para que desenvencilhe vida;
E caminhos bifurcados se encontrem finalmente,
Para que nesse revelar o amor se faça guarida...