TENTE OUTRA VEZ

Quão inevitáveis são as reviravoltas da vida,

Nem sempre é dia de vencer, e o jogo que está ganho pode inverter,

Mas olhe pra frente, enfrente,

Às vezes não podemos evitar os sonhos de vidros,

Que quebram no primeiro agitar das correntezas,

Afogam-se nas lágrimas, e a dor parece ramificar pelo corpo,

A incerteza é um mal a se afastar, amarra, aprisiona,

A verdade um risco a presenciar, para as correntes liberar,

Espelhos refletem o que se vê, mas a realidade podemos distorcer,

A paz parece um ponto distante, uma ilha perdida ao longe, no fim de uma linha,

Alça voo nos sonhos, mas acordado não pode voar,

Despeça-se de ti, rasga-se, tire o velho, largue as mágoas que pesam demais,

Saia do raso, mergulhe profundo, corra, caia, levante,

Destrua preconceitos, abandone os orgulhos, receba o novo,

Se precisar, não tenha vergonha, volte ao início de tudo,

Sozinho ou acompanhado, sem se prender aos detalhes,

Se abrace com as flores, se misture as essências, leve apenas o essencial,

Seja dia e noite, sinta o medo e a coragem,

Mire em um alvo, e se errar, tente outra vez,

Sem pressa, o tempo é teu, você quem se dá,

Não petrifique conceitos, reinvente seus anseios,

E se no fim não conseguir voar, não se preocupe, teus passos te levará.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 15/09/2015
Código do texto: T5383467
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