Por que fronteiras...
Uma moeda de paz,
bandeiras de morte
na fronte dos templos,
uns tragos de honra,
badernas
e
jantar,
umas horas malditas.
Foge!
Deixa para trás o coração amargurado
e os retratos na parede úmida,
silencia o vinho seco dos lábios,
que os pássaros querem carne,
e crê no dia de amanhã,
fronteiras e mundo cão.
Foge.
Esquece os discos
e a razão das festas,
ruma desentendido,
escreve poesias e morre.
Foge,
mas não corre demais,
que os filhos esperam tanto...
Estás fugindo
mas não acompanhas a vida,
pois os homens já morreram
e nos sobram espectros apenas,
um vazio que ecoa: sobrevivência.