Por que fronteiras...

Uma moeda de paz,

bandeiras de morte

na fronte dos templos,

uns tragos de honra,

badernas

e

jantar,

umas horas malditas.

Foge!

Deixa para trás o coração amargurado

e os retratos na parede úmida,

silencia o vinho seco dos lábios,

que os pássaros querem carne,

e crê no dia de amanhã,

fronteiras e mundo cão.

Foge.

Esquece os discos

e a razão das festas,

ruma desentendido,

escreve poesias e morre.

Foge,

mas não corre demais,

que os filhos esperam tanto...

Estás fugindo

mas não acompanhas a vida,

pois os homens já morreram

e nos sobram espectros apenas,

um vazio que ecoa: sobrevivência.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 15/09/2015
Código do texto: T5383202
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