Poema de aluguel
Tijolo por tijolo vou subir
Cimento meu triunfo por aqui
Se há pedra sobre pedra, vou sorrir
Mais alto os meus olhos podem ir
Engana-se ao postergar assunto
Se era podre, então não muda muito
Me erra o pensamento, me atormenta
A tempestade vem que é violenta
Os artifícios eram para nós
Amanhecemos crus e mesmo sós
Podemos nos virar e ver
Um tal sonho que ostentas na cabeça
Que gira a manivela deste mundo
Surrealista, um dia tão profundo
Só há quem o nomeia vagabundo
Palavras se dispersam no papel
Centradas, sem saber a cor do céu
Rimadas, perplexas
Confusas, modestas
Um mapa talvez lhes faça falta.