COISA DE POETA

Pela janela do quarto

Uma chuva intermitente cai.

Triste, fria, como lágrimas

De um poeta desesperado

Pela angustia da poesia

Que não lhe quer aparecer.

Será a mesma dor de um infarto

Um verso que não sai?

Não há concordâncias nem rimas.

Sente-se fracassado.

Pensamentos formam uma dor que asfixia.

Nada consegue escrever.

Rabiscando seus sentimentos.

Rebuscando histórias.

Uma inspiração que não aparece.

É como rolar na cama

Esperando o sono que não vem.

Só pensamentos.

Um flash de memória.

Uma música, um carro que a rua desce,

Estimula a sua chama

E a poesia lhe faz refém.

Uma avalanche de sensações o domina.

O poeta então se anima com tantas emoções

E põe as palavas, sensivelmente corretas,

Coisas que só entenderá quem tiver uma alma aberta.

Dyoni Fil
Enviado por Dyoni Fil em 11/09/2015
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