A Beleza no Tempo . . .
Observo-a ...
Desenha lentamente seu nome ...
Olhos fracos ... atravessa a linha,
Ora para cima ora para baixo ...
42 anos de trabalho na lavoura ... muito para ela ...
Dia, noite, chuva e sol ... calos nas mãos ...
Já curvada e sem forças,
Ninguém mais a quer...
Pele clara, olhos azuis e cabelos castanhos claros ...
Em sua face, traços inconfundíveis de beleza ...
Gestos e palavras trêmulas e gentis ...
Tudo nela denuncia a jovem linda de outrora ...
A vida foi dura com ela ...
Não lhe deu nada ... tirou-lhe o pouco que tinha ...
Juventude, saúde, sonhos e força de viver se foram ...
Deixando no lugar rugas, manchas e solidão ...
Simplicidade, educação e simpatia ...
Vaidade nos adereços que carrega ... foi tudo que sobrou ...
Hoje... sem nada e... sozinha ...
Vaga sem rumo, pedindo socorro ...
Seja humilde...
Esta poderia ser a sua história ! . . .
Ofircopa