O Mais Antigo Ancião

Desculpe-me...

I

Não sei direito como isso irá findar

Ominosos fantasmas do qual não consigo me livrar

Amo excessivamente certas pessoas

Mas acho que sobraria mais amor

Se não houvesse um alguém exclusivo

A quem dar esse glamoroso sentimento.

Nunca mais queria olhar ao meu passado

Com a razão se torna elementar

No entanto, quando se trata do que sentimos

Não ligo se for um devaneio

Não é a mesma coisa.

II

Meu instinto me deixa ser o homem destemido

Que um dia eu já fui

Nem a mais bela e adorável

Consegue livrar-me destes fantasmas

E me fazer acreditar novamente

Naquilo que pode tirar minha solidão.

Não sei se ainda me arrependo

De ter-lhe concedido minha carne

No começo tudo aparentava simplicidade...

“Jamais se arrependa, o passado não pode ser mudado”

E nisso meu espírito ruminava.

Mas pensando bem

Não é tão fácil obliterar isso

Acho que não é simples esquecer nada...

...E nada pode ser esquecido.

III

Ainda afeta minha vida, malditas lembranças

Quando será que poderei confiar mais uma vez?

Por mais que eu ame

Não me imagino tentando algo mais do que uma singela afeição.

Antes tudo era mais claro

Imaginava alguém e conseguia materializar

Contentamento cá, Euforia lá, e de repente

Agora tudo é diferente.

Não sou mais capaz de idealizar tal desejo...

Realmente gostaria de alcançar

Mas estes monstros não o deixam

Como livrar-se de um instinto?

E ainda por cima

As mãos que me podem tirar da água

Antes que eu me afogue

Se tornam areia ao tocar-me.

Como devo suceder?

Quando nada se pode fazer

Sigo o conselho do mais antigo ancião

Que com teu sussurro me diz

"Esperar, somente esperar..."