mas era noite, não açoite, 11º movimento

mas já era dia e tarde

e eu não sabia o que falar

era de novo,

ao mesmo tempo novo

tudo de novo.

o amanhã invade

como uma tempestade

as cobertas da noite anterior

mas já era dia e tarde

e eu não sabia o que falar

não tinha

ainda

visto um pulmão de flauta tocar

nem o beijo cantado

sendo a mais bela verdade revelada

mordendo uma maça proibida

mas ainda podia ser dia

e não mais tarde

porque o céu renascia como um farol

em meio às sombras do nublado repetido

conturbado

num mar de noite

e eu vi

pairando sobre o ar

uma sereia na nuvem

dançando

esperando eu fotografá-la

entre ao ondas da constelação dos ventos

mas já era dia e tarde

e por isso deixei o telefone tocar

ligações desconhecidas

não cessavam

mas era tarde

e foi preciso desligar a mim mesmo

sentar diante do sol

e viajar

já tinha encontrado o livro sobre o amor

e a canção de uma flor

não havia mais nada para inquietar meu ar

Bharros de Oliveira
Enviado por Bharros de Oliveira em 11/08/2015
Código do texto: T5342968
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