mas era noite, não açoite, 11º movimento
mas já era dia e tarde
e eu não sabia o que falar
era de novo,
ao mesmo tempo novo
tudo de novo.
o amanhã invade
como uma tempestade
as cobertas da noite anterior
mas já era dia e tarde
e eu não sabia o que falar
não tinha
ainda
visto um pulmão de flauta tocar
nem o beijo cantado
sendo a mais bela verdade revelada
mordendo uma maça proibida
mas ainda podia ser dia
e não mais tarde
porque o céu renascia como um farol
em meio às sombras do nublado repetido
conturbado
num mar de noite
e eu vi
pairando sobre o ar
uma sereia na nuvem
dançando
esperando eu fotografá-la
entre ao ondas da constelação dos ventos
mas já era dia e tarde
e por isso deixei o telefone tocar
ligações desconhecidas
não cessavam
mas era tarde
e foi preciso desligar a mim mesmo
sentar diante do sol
e viajar
já tinha encontrado o livro sobre o amor
e a canção de uma flor
não havia mais nada para inquietar meu ar