Na varanda

Terra clama, reclama,

carros de bois e lata,

tédio nos bolsos,

alegria nos olhares

de quem limpa a face

co'as mãos que limpam o mundo.

Desce a serra!

Cavalos,

homens,

criaturas que se dão por inteiro,

e uns pedaços

ensanguentados de honra esquecida

ladeira abaixo,

cai a chuva,

lama, lama,

lona.

Desce a serra!

Olhos vermelhos,

riacho e porteiras,

e o apetecer das minhas mãos

que conhecem a medida certa

do teu corpo, sob a chuva,

na varanda.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 09/08/2015
Código do texto: T5340709
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