Na varanda
Terra clama, reclama,
carros de bois e lata,
tédio nos bolsos,
alegria nos olhares
de quem limpa a face
co'as mãos que limpam o mundo.
Desce a serra!
Cavalos,
homens,
criaturas que se dão por inteiro,
e uns pedaços
ensanguentados de honra esquecida
ladeira abaixo,
cai a chuva,
lama, lama,
lona.
Desce a serra!
Olhos vermelhos,
riacho e porteiras,
e o apetecer das minhas mãos
que conhecem a medida certa
do teu corpo, sob a chuva,
na varanda.