Hábito noturno

Deixa o silêncio suave invadir os espaços

Chega de gritos, barulhos externos, internos

Desejo de calmaria, de suavizados passos

Leves tecidos, no quase esquecido, inverno

Deixa a música suave invadir esse quarto

Se propagar pela sala, pelas paredes cremes

Tudo se sintonizar, todos os esforços, o tato

A boca calada, mas as mãos inquietas tremem

Rabiscam o papel, riscam um nome invisível

Fazem versos dolentes, com palavras teimosas

Agradecem, enquanto a alma voeja sensível

No silêncio que afaga, essas asas de mariposa.