A DOCE VIDA
A vida dói
Somos uma ferida que custa cicatrizar
A terra é um corpo
Frágil e ferido
Doente e sem vontade de nada
Quisera que a morte chegasse
Pairando no ar como um corvo
Ou uma nuvem enegrecida
De um dia triste e cinza
Palavras em cuneiforme
Palavras vomitadas
Almas sufocadas
Berrando numa cabana
Que se perdeu com o tempo
Sorriso malicioso
Olhar de palhaço
Lacrimejando na maquiagem
Nada faz sentido
Nem a vida
Doce e amarga
Como o leite da vida
Que penetra nos teus órgãos
Plantando dentro de ti uma semente
Fazendo criar uma constelação de descendentes