A DOCE VIDA

A vida dói

Somos uma ferida que custa cicatrizar

A terra é um corpo

Frágil e ferido

Doente e sem vontade de nada

Quisera que a morte chegasse

Pairando no ar como um corvo

Ou uma nuvem enegrecida

De um dia triste e cinza

Palavras em cuneiforme

Palavras vomitadas

Almas sufocadas

Berrando numa cabana

Que se perdeu com o tempo

Sorriso malicioso

Olhar de palhaço

Lacrimejando na maquiagem

Nada faz sentido

Nem a vida

Doce e amarga

Como o leite da vida

Que penetra nos teus órgãos

Plantando dentro de ti uma semente

Fazendo criar uma constelação de descendentes

Mauricio Rocha
Enviado por Mauricio Rocha em 30/07/2015
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