O que não esqueço
Me fiz a pergunta (errada)
por toda aquela longa madrugada.
O que eu não esqueço?
Amores, lembranças, velhos medos...
Sentia que nenhuma daquelas respostas estavam corretas
todas pareciam, ao meu ver, incompletas.
Foi só quando eu vi aquela árvore que eu entendi
Foi um sonho que nunca vivi,
debaixo daquela nunca escrevi.
Então, concluí que
existem coisas que não esqueço
porque não consigo, termino permitindo
que elas sempre mexam comigo.
Porém, tem as coisas que não devo esquecer
sonhos que eu ainda devo ter,
os versos que sob aquela árvore
eu adoraria escrever.
Sobre essas coisas, que eu quero esquecer
tenho uma certeza
um dia elas vão desaparecer,
pois nenhuma importância hão de merecer.
Agora, as coisas que não devo esquecer
essas sim, sempre vão me pertencer
sejam coisas antigas ou outras que ainda vão acontecer
como aquela árvore, debaixo da qual ainda hei de escrever.