Asas seguras
Calma, poesia, segura essas asas...
Não posso te deixar voar longe assim;
Por certo, não saberá voltar para casa,
E como ficarei, tão solitária, será o fim?
Teus versos me alegram, colorem o dia,
Se te deixar ir, entristecerei, cores frias;
Não me aquecerão nesse inverno, covardia,
Estou com medo de perder tua companhia...
Sei bem as palavras que quer que vento leve,
Mas não posso, entenda, não podarei as asas,
Mas tudo será pouco, voo raso, voo tão breve,
Se acalme, seja só centelha de uma antiga brasa.