Pedras esculpidas
Quando olho, e vejo a vida, e a luta de cada um,
Em dias, como o de hoje, de tristezas nesse sul;
Penso, para que serve a poesia, somente ilusão?
São somente palavras, ditadas por um coração...
Mas percebo que pedras viraram tristes poemas,
E amenizaram tantas dores, que saudade versada;
É lembrança de momento tão marcante, que reina,
E que a vida seria mais cinza, senão sensibilizada.
E que versos existem para transformar, enfeitar,
Colorir, levar leveza, esperança entre partilhas;
Que fazem bem, poesia não é só um fantasiar,
É mar e céu, pontes e pedras, riachos e trilhas.
Que vão enfeitando tantos caminhos, os meus,
Os seus, sem fugir da realidade, mas a tingindo;
Com cores que a alma vai ofertando, camafeus,
Adornando vida, que a esperança vai esculpindo.