UMA SENTENÇA CHAMADA TEMPO

Quanto valia um amor?

Houve tempos em que o amor valia um sorriso sincero,

Um abraço que confortava nos momentos de desventura,

Ou o encontro de dois corpos apaixonados nas noites frias de inverno.

A alegria de ouvir ao fim do dia a voz ao pé do ouvido,

Um olhar reluzente como o brilho das estrelas,

Uma mão na escuridão da noite a te guiar,

E o festejo compartilhado nas alegrias.

Mas alguns o valoraram compatível ao tempo que não voltaria mais,

No medo da solidão nos últimos dias,

O quanto disponibilizava de recursos,

Coisificando o que só se deveria sentir.

Distantes de si mesmos, sem saber seguir, sem saber voltar,

Em um espaço vazio, entre a terra e o ar,

Preenchidos apenas por uma solidão,

Ausentes de uma cumplicidade que o dinheiro não podia pagar.

No espelho do tempo o que queres ver refletido?

Nos últimos dias pouco importará as opiniões dos que te rodeiam,

O acerto de contas será entre o teu reflexo no espelho e as suas escolhas,

Tudo lançado na balança da vida, em uma sentença chamada tempo, decisão irrecorrível.

E se pudesse voltar ao tempo, o que você mudaria?

Quais erros consertaria, por quais estradas seguiria?

Em quais momentos deixaria o medo de lado e arriscaria?

O passado não poderá mudar, mas o hoje é sempre uma oportunidade de recomeçar.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 07/07/2015
Código do texto: T5303367
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