Desertas Ruas
Estou me sentindo como se uma seca tivesse devastado minha plantação.
É assim que se encontra meu coração,
Que já nem sabe mais porque bate,
Ou, pra que bate.
Tristeza total,
Clamando pelo sideral.
Será mesmo que não tem solução,
Esse problemão...
Não sei mais a quem, ou ao que recorrer.
Prazer algum em viver.
A não ser, claro, o exercício febril de meu ofício.
O resto é sacrifício.
É temporário, eu sei.
À razão já me apresentei.
O peito não tem condições
De tomar milagrosas decisões.
Preciso de um tempinho
Quietinho, em meu cantinho,
Para me recuperar
De tudo que está a me exasperar.
Talvez, eu consiga
Encontrar outra trilha:
A certa
Sem ruas desertas,
Cheias de má vontade,
E de desnecessária maldade.
Belíssima interpretação de Fagner e Elba Ramalho
https://www.youtube.com/watch?v=vcLW9yXhH-E