Desertas Ruas

Estou me sentindo como se uma seca tivesse devastado minha plantação.

É assim que se encontra meu coração,

Que já nem sabe mais porque bate,

Ou, pra que bate.

Tristeza total,

Clamando pelo sideral.

Será mesmo que não tem solução,

Esse problemão...

Não sei mais a quem, ou ao que recorrer.

Prazer algum em viver.

A não ser, claro, o exercício febril de meu ofício.

O resto é sacrifício.

É temporário, eu sei.

À razão já me apresentei.

O peito não tem condições

De tomar milagrosas decisões.

Preciso de um tempinho

Quietinho, em meu cantinho,

Para me recuperar

De tudo que está a me exasperar.

Talvez, eu consiga

Encontrar outra trilha:

A certa

Sem ruas desertas,

Cheias de má vontade,

E de desnecessária maldade.

Belíssima interpretação de Fagner e Elba Ramalho

https://www.youtube.com/watch?v=vcLW9yXhH-E

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 07/07/2015
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