Faz de conta...
Que há um poder de persuasão...
Que o olhar fala tanto quanto a voz,
E tudo que se quer, é uma nota e violão;
Na madrugada solta, que dança em nós.
No poema sóbrio que a multidão entoa,
Num refrão bonito, de palavras leves;
De fácil memorização, assim, ressoa,
Entre paredes da solidão, que se atreve.
Rebuscar os sonhos, acomodar a saudade,
Mistura feita sem convite, mas num repente;
Sem recusa, o coração aceita essa amizade,
Que não pede nada, apenas oferta o presente.
Faz de conta, que nada é sério o bastante,
Mas repleto de uma verdade, toda constante;
Que apela os sentidos, e afasta os temores,
Sem fazer de conta, encenam muitos atores.