Acontece se calo num canto escuro,
Numa cela aparente
Ou num quase muro
Tonta e dormente
Penso se mais alguém sente...
Pois a ninguém cabe me fazer presente
Se o que há em mim a ninguém mais pertence
É quando vem este bafejo quente...
Como uma sina que minh’alma pressente
E faço -me ainda mais muda
Então vem a pergunta
Pois o que creio me rasga
Destroça, esmaga...
Se nada muda,
E tudo permanece,
Quem não sabe ou esquece...Fenece?