Abraço gelado do tempo

E a espera terminou em silêncio, olhos vazios no espelho,

Abraço gelado do tempo, trazendo dias e noites mais frias;

Veio consolar a menina, que de tão triste, não queria poesia,

Suas rimas eram lágrimas, e a dor insistia como um conselho...

Que a solidão seria uma companhia agradável, tal qual o vento,

Chegando na madrugada, trazendo tempestade, varrendo tudo;

E sem cerimônia, adentrou os espaços e comungou à contento,

Alimentos ofertados, com gosto amargo, eram devorados, mudos...

Seres, que na distância se reconheciam, não entendiam os porquês,

E tudo era assim providenciado, o tempo levando a história de um ser;

Sem mais esperas, decidiu seguir, entre lembranças perpetuando "você"

Descobriu que sorriso, é feito felicidade, um dia vem, mas como saber?