AS ROSAS

AS ROSAS

Dia inundado de fótons, um zumbido característico rompe o silêncio e desaparece como um flash, intinas e exinas, omatídeos outros, que estão vibrando na onda do infravermelho, um fenômeno que somos capazes de vivenciar mas, não de ver. Falta-nos alguns sentidos ou propriedades organolépticas mais astutas ? Criação, evolução, não nos permitiu uma maior interação ? Bocal que escolhe os homens, seus caminhos e suas próprias escolhas, a felicidade é encomendada, Aldous Huxley, nos brinda com uma visão que não víamos, iguais a produção das rosas.

Continua sem barreiras o fenômeno, tubos polínicos, gametas trigêmeos, sépalas, pétalas, pedúnculos, androceu e Gineceu não esqueça da antera. Nasce para reivindicar a soberania embora que efêmera, nos brinda com um fragmento da visão do Éden, fragrâncias que os hominídeos tentam imitar. A força da vida, incontrolável, fecunda outras delicadas criaturas de pele aveludada sem sua permissão, seus agentes - zoom, zoom-, ecoam pelo ar, numa fração de segundos extasiados ficamos sem normalmente percebermos, e mais dinorfinas, endorfinas, que são pequenas doses de prazer e de mudanças benéficas, exalam dos corpos dos seres providos de beleza, fragrância e tantos outros atributos incomensuráveis.

Há quem diga erroneamente que as rosas são providas de espinhos, e criou-se uma espécie de jargão de forma insensata, uma dualidade cruel onde o ápice destaca que elas são lindas mas, também machucam. É correto um habeas corpus, para libertá-las desse engodo. Os acúleos são seus belicosos engenhos, restringem a perda da aliada água, modificam suas estruturas da fotossíntese, que representa o início da vida para todos nós. Sua sapiência nos dá um legado de existência, de continuísmo, de beleza, de prazer !!! Acaso não somos nós também agradecidos pela nossa saúde mental em parte a tais magníficas criaturas ?! Psicofisiologismo, aditivo da vida, Hidromel, não apenas da mitologia Viking que relaciona-se a Thor filho de Odin, é verdadeira, é um catalisador, uma ação enzimática que age sobre certo substrato. Da felicidade ? Da cura para certos males ? Da criação de juízo aos homens para frenar a destruição da Terra ? Como sobreviveremos sem as abelhas, sem as fragrâncias, sem o equilíbrio ? Vemos com temor salutar as mudanças que estamos infringindo ? Talvez o luzido de sua vestimenta como mencionou Salomão sobre o lírio, nos coloque a refletir: “mas eu vos digo, que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestia como os lírios”. Assim, as sóbrias rosas nos deixam a impressão da perfeição, a qual procuramos sem nenhum marco que nos norteie.

São como chaves, abrem corações endurecidos pela piroclastia da falta do amor e transformam em Obsidianas, as vezes são apenas contra a aridez visual, outras são presentes para a realeza, são absolutamente ecléticas e não se tem registro de alguma recusa, a não ser por algum ser desprovido de senso crítico, onde as manifestações e o poder delas não se fizeram presentes, ou que pela cicatriz na mente, resultante justamente da falta delas, no convívio, nas paixões, ao se entregar por inteira(o), na introspecção que somos por vezes, por que não dizer, vitimados, em nossas relações sejam de qualquer natureza.

Quem me dera ser frágil como sua aparência e recalcitrante por natureza, ser a mais exuberante e não se jactar perante aos que são próximos, deliberadamente nos acolherem com as mais profusas fragrâncias sem a ganância de ser ressarcida, subsidiar os de outras espécies dando-lhes sapatos novos, não se importar com o ato crasso de lhe atribuírem inverdades sobre uma natureza agressiva, fato que a ciência desmascarou. Afinal, acúleos não são espinhos. Nem o mais garboso uniforme de sua majestade, cuja a qualidade e a beleza nos é passado através dos anais históricos, chegam aos pés da túnica das rosas, vermelhas, dessa ocasião comparativa.

A luz está para o sol;

O vento para a liberdade;

E as rosas para a perfeição.