Musa, perdoa-me

Não! não me queiras tanto! - É impossível

reavivar essa luz que se extinguiu

na convulsão do temporal horrível,

em que minh`arte soçobrou, sumiu...

Há no meu astro a derrocada incrível

que um abalo fatal me produziu...

Meu gosto de escrever se diluiu...

Perdoa-me, se podes! - É impossível.

És digna de melhor felicidade.

- E o que sou afinal? - Aberratório

remanescente dessa adversidade...

Depósito de complexos que mordem

a inspiração do menestral inglório...

- Um punhado de nervos em desordem.

Bianor Mendonça Monteiro
Enviado por Bruno Vercosa em 13/06/2015
Código do texto: T5275946
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