TERNURA
Esta face que vês
Não é espelho da alma que desejas
Estes olhos que brilham
São os mesmos que no escuro tateiam
Estes lábios que te sorriem
São lembranças de um carnaval infeliz
Este corpo que se veste
É o mesmo que se desnuda
É detalhe da carne humana
Nua e crua
São contornos que seduzem
Que teus olhos inundam
Que desejosos agonizam
Para ter neste corpo
Um pouco de ternura
Fernanda A. Fernandes
03/06/2015