TERNURA

Esta face que vês

Não é espelho da alma que desejas

Estes olhos que brilham

São os mesmos que no escuro tateiam

Estes lábios que te sorriem

São lembranças de um carnaval infeliz

Este corpo que se veste

É o mesmo que se desnuda

É detalhe da carne humana

Nua e crua

São contornos que seduzem

Que teus olhos inundam

Que desejosos agonizam

Para ter neste corpo

Um pouco de ternura

Fernanda A. Fernandes

03/06/2015

Fernanda A Fernandes
Enviado por Fernanda A Fernandes em 03/06/2015
Reeditado em 09/10/2017
Código do texto: T5265322
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