TROPEÇANDO EM MIM
CLAUDICANDO EM MIM
E suas mãos
deslizavam sobe as minhas
Que sentiam a sua respiração
a suavidade do seu toque
dos seus dedos entre os meus
fizeram-me sair do chão
mas na garganta encarcerava o grito
e até a poesia retirava-se naquele momento
o meu riso era de outro
o lamento...
E o que estava represado veio á tona
Mas não sei nadar
, sou dos ares
Um dia talvez aprenda a desbravar
mares
E por enquanto vou escondendo-me numa caixinha de medo
Que trouxe-me lembranças de quando em mim
o ontem era cedo...
Vou refugiando-me na parte de que não sou poeta
Digo até se for preciso
Que sei caminhar em linha reta
Digo qualquer invenção
Troco poesia por canção
Troco figurinhas com a criança que fui
Viro personagens de quadrinhos
Busco Deus
E continuo me angustiando
E isso não é coisa que se saia por aí falando
nem numa poesia manca!