TROPEÇANDO EM MIM

CLAUDICANDO EM MIM

E suas mãos

deslizavam sobe as minhas

Que sentiam a sua respiração

a suavidade do seu toque

dos seus dedos entre os meus

fizeram-me sair do chão

mas na garganta encarcerava o grito

e até a poesia retirava-se naquele momento

o meu riso era de outro

o lamento...

E o que estava represado veio á tona

Mas não sei nadar

, sou dos ares

Um dia talvez aprenda a desbravar

mares

E por enquanto vou escondendo-me numa caixinha de medo

Que trouxe-me lembranças de quando em mim

o ontem era cedo...

Vou refugiando-me na parte de que não sou poeta

Digo até se for preciso

Que sei caminhar em linha reta

Digo qualquer invenção

Troco poesia por canção

Troco figurinhas com a criança que fui

Viro personagens de quadrinhos

Busco Deus

E continuo me angustiando

E isso não é coisa que se saia por aí falando

nem numa poesia manca!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 31/05/2015
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