Ao Vento
Nunca duvidei do balançar das folhas.
Há algo de muito verdadeiro no sopro do vento.
De misterioso.
Como se o horizonte dissesse algo.
Algo no segundo de silêncio entre
A primeira folha que se ergue ao céu
E a última que toca o chão.
Em um instante,
Um convite à mais pura lembrança.
À mais doce. À mais distante da superfície.
À mais real.
É uma conversa sincera.
Um encontro silencioso
entre o suspirar do coração
E a conformidade da alma.
No último sopro do entardecer,
É como se o vento levasse,
Junto com aquelas folhas,
Um pedaço de mim.