Calos
Gostaria, imensamente, de chorar menos.
É um desgastante exagero,
Mas, o impacto
Vindo de todos os lados
Das janelas abertas da consciência
Afetam-me sobremaneira a cadência.
Perco o rebolado.
Tropeço em meus calos.
Fico desnorteado
Com tudo que vejo mal acabado,
Improvisado,
Deturpado!
Já não me preocupo com meu destino.
Já redigi a partitura de meus sinos.
O que mais me aflige é o sofrimento alheio
Empesteando o que era para ser um campo de centeio.
O que quero para mim, quero para todos.
Gosto, realmente, de ver a felicidade nos rostos.
Não, apenas, uns poucos.
Mas, todos.
Quando vejo os discursos dos líderes mundiais,
Os que assim se pensam,
Embora não pensem,
Só nos atentem,
Nem espiritualmente se pareçam
Com alguma possibilidade
De coletiva felicidade,
Assusto-me com as saídas abismais
Propostas pelas economias lógicas,
Humanamente ilógicas.
Eles sacrificam suas populações
Para garantirem seus elitistas escalões.
É preciso, de verdade, mudar o foco
Para o humano polo.
Toquinho, Vinícius e Bethânia
https://www.youtube.com/watch?v=SXdN9eGNH0s