Encontrei-me
(Nesses escritos quero retratar o caminho de um encontro existencial)
A menina era estranha, parecia nunca se encaixar em seu mundo circundante. As palavras que lhe eram dirigidas, sempre reprovavam algum aspecto de seu modo de ser.
Pobre menina! Não sabia que a oposição fazia parte da dialética da vida, da construção de um projeto de ser autêntico. Com as oposições construiu muros e guardou a sua essência.
Podada e cerceada, a menina então cresceu! Agora a menina tornou-se mulher.
Nessa nova existência espaços foram abertos, mas não para “transcendência”, e sim, para o encaixe. Ela então aprendeu a caber nos espaços que sobejava e acomodou-se, parecia até feliz.
E nessa de se acomodar em espaços, encontrou um lugar que a encaixava com largueza. Ela mal sabia que esse espaço foi a forma que a vida encontrou, para desnudar sua dinâmica ante aqueles olhos tímidos.
Mesmo com medo ela explorou aquele espaço. Tanto gostou que, aprendeu a abrir novos espaços. Quando menos esperava os muros caíram deixando a mostra o que a muito se tinha escondido. Sua essência.
Agora essa menina mulher pode dizer: Encontrei-me.
By Rascunho Poético
19/05/2015 ao som de Maria Gadú “Quando fui chuva”