Concreto
Tenho a impressão de que o contato com o concreto
É o responsável por todo esse deserto.
A vida absurda das grandes cidades,
Com suas inacreditáveis barbaridades.
Explica-se, em parte, pela ausência da natureza,
Única fonte aceitável de certezas;
A existência estreitada pelo ambiente material.
A estranhas ilusões, reduzida,
Avessas à subida,
Bloquearam a percepção sensorial,
Sem a qual,
Escorregamos na escala vibracional,
Causando-nos um estrago sem igual.
Tornamo-nos frios e violentos,
Invejosos,
Inescrupulosos,
Agourentos...
Destruímos ao invés de agradecermos,
Competimos ao invés de intercedermos.
Pudera!
Afastamo-nos de nossa essência,
De nossa primavera,
Em nome de uma equivocada ascendência.
Espalhamos dor,
Pavor,
E, afirmamos,
Justificamos
Como sendo a única forma de crescimento.
Endeusamos, glorificamos, assim, o sofrimento.
Todo esse quadro
Pode ser mudado
Se ouvirmos as serras:
Os grandes arquivos da Terra!
Se nos deixarmos inspirar
Pelo marulhar
Se recuperarmos, com as florestas, o respeito
Pelo nosso leito.
.
"Não! Não te quero mais"
https://www.youtube.com/watch?v=lbI6_R1Tk_I